terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Neste quartel exige-se aproveitamento escolar


Nasceu em 1980. É jovem e dinâmica, a corporação de Penela. Tem "site" actualizado, Clube do Ambiente e Gabinete de Apoio ao Estudante. Este último foi criado, há cerca de seis anos, para dar a volta aos maus resultados escolares de alguns elementos, mais novos, que "ligavam muito aos bombeiros", explica o comandante, Raul Vasconcelos.
Para que "não se descuidem do seu trabalho diário: estudar", são contratados explicadores que se deslocam ao quartel, diz Raul Vasconcelos. "Aqui, é preciso confirmar o aproveitamento escolar ao fim de cada período", prossegue, adiantando que a corporação tem um número significativo de estudantes, sobretudo do Ensino Secundário.
O Gabinete é coordenado por Ana Brásio, de 26 anos, investigadora no Departamento de Engenharia Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra que está nos Bombeiros Voluntários de Penela desde 2006.
O esforço de reciclagem também é visível no quartel, onde há ecopontos e se recolhem tinteiros, pilhas ou tampas. Afinal, foi ali que, em 2007, nasceu o Clube do Ambiente, através de um grupo de jovens bombeiros apostado em sensibilizar para a importância de um "consumo sustentável", como explica um dos responsáveis, António Rodrigues. Tem 21 anos, frequenta o 12º ano e pretende avançar para o Ensino Superior mantendo-se na corporação.
A sensibilização começou por dentro, mas já está na rua. "Somos a primeira entidade, em Penela, a fazer recolha de óleos usados" com vista à produção de biodiesel, exemplifica António Rodrigues. Ali, uma das viaturas funciona com 10% de biodiesel e a caldeira de aquecimento central pode utilizar até 50%.
A julgar pelo que conta Raul Vasconcelos, dedicação é coisa que não tem faltado por ali desde a fundação, por iniciativa de "meia dúzia de pessoas". Inicialmente, o corpo de bombeiros "não tinha instalações, viaturas, nada, e essas pessoas davam o seu contributo até com viaturas próprias para combater os incêndios", recorda.
Com o correr dos anos, foram sendo adquiridos equipamentos e do Clube Desportivo e Recreativo Penelense passou-se, por volta de 1988, para o actual quartel, onde, não raro, se vêem crianças, filhas de casais de bombeiros. A história da corporação faz-se de estórias. A do primeiro veículo florestal, que "deixaram cair por uma ribanceira abaixo, logo passado pouco tempo", segundo Raul Vasconcelos, é só uma.


Fonte: JN

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