Um carro foi arrastado vários metros em Mirandela por uma composição do metro que fazia a ligação entre Carvalhais e a cidade.
Podia ter sido uma tragédia mas ficou-se por um valente susto para António Guedes, de 76 anos, o condutor do automóvel.
O acidente acaba por trazer para a discussão pública a questão da segurança nas passagens de nível automatizadas que atravessam a cidade de Mirandela.
Apesar de ainda se ter registado uma colisão, valeu o facto do operador do Metro ter accionado o sistema de travagem alguns metros antes e o choque acabou por acontecer a uma velocidade reduzida com a composição a embater no lado da porta do condutor, causando danos materiais à viatura, enquanto António Guedes acabou por sair ileso, com ligeiras escoriações.
O caso aconteceu, ontem, cerca das 17.50, quando o Metro fazia a última ligação do dia, entre Carvalhais e Mirandela.
Nessa altura, a passagem de nível sem guarda, junto ao estádio de São Sebastião, estava com o sistema automatizado em sinal vermelho e com as barras para baixo, mas António Guedes não cumpriu a obrigação de parar e contornou as barras, quando estava em cima da linha acabou por acontecer a colisão.
O idoso confirma que estava em infracção, mas alega que teve a sensação que o sistema estava avariado, como outras vezes aconteceu.
“Já há dois dias seguidos que isto está avariado. Já tinha cá passado mas por azar hoje não dei conta que vinha o comboio” conta António Guedes, acrescentando que “toda a gente sabe que de vez em quando isto não pára mais. Estamos muito tempo à espera e depois a gente passa”.
O Administrador-Delegado do Metro de Mirandela prefere destacar o bom desempenho do maquinista da composição perante o cenário com que se deparou.
Milheiro Oliveira considera que valeu a experiência do operador e o facto de estar em desaceleração por estar perto do apeadeiro, factores que acabaram por evitar uma tragédia.
“Felizmente só houve danos materiais mas podia ter sido um grande acidente não fosse o comboio preparar-se para parar cinco metros à frente no apeadeiro” afirma.
Mas para alguns moradores do Bairro de São Sebastião, que diariamente fazem a travessia de duas passagens de nível com sistema automatizado, ainda não será tarde para acontecer uma tragédia, porque alegam que o sistema está muitas vezes avariado e a paciência dos automobilistas esgota-se o que convida à infracção.
Para dois moradores da zona, o sistema tem de ser alterado porque é facilmente accionado por crianças e jovens que o fazem por pura diversão.
“Isto demora muito tempo, às vezes estamos aqui parados às duas e três horas” conta um morador. Por isso “as pessoas arriscam-se a passar porque isso está sistematicamente assim. Os estudantes vêm pela linha na fora na brincadeira e accionam o sistema” refere outro.
Depois de ouvir as queixas no local, o administrador-delegado do Metro de Mirandela admite que o sistema tem sido alvo de vandalismo, mas insiste que no local está bem visível o número de telefone que deve ser contactado em caso de avaria.
Milheiro de Oliveira diz ter indicações que a resposta da empresa às indicações de avaria têm sido rápidas.
“Sempre que nos contactam a dizer que há avarias, elas são automaticamente resolvidas porque há sempre pessoas de serviço para ver o que se passa. Muitas vezes são pessoas que atravessam a linha e accionam os pedais indevidamente” refere o responsável.
A colisão entre a composição do Metro e um automóvel aconteceu quando o condutor da viatura desrespeitou a sinalização vermelha da passagem de nível junto ao estádio de futebol do Mirandela, mas várias pessoas revelam que são situações que acontecem muitas vezes porque o sistema avaria constantemente.
Fonte: Brigantia
Sem comentários:
Enviar um comentário