O tornado que atingiu o concelho de Tomar provocou 36 feridos, 19 dos quais crianças, disse à agência Lusa fonte da coordenadora do dispositivo de socorro do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), Raquel Ramos.
Raquel Ramos esclareceu que todos os feridos foram transportados para o hospital de Tomar, tendo o INEM atendido cinco vítimas (três crianças e dois adultos) que apenas necessitavam de apoio psicológico e outras quatro que acabaram por ter alta no local.
Uma das crianças acabou por ser transferida para o hospital de Abrantes por necessidade de realização de tomografia axial computorizada.
«A maioria das pessoas já teve alta», ressalvou a fonte do INEM, acrescentando que «trata-se, sobretudo, de pequenas escoriações decorrentes da projecção de partes das estruturas das casas».
Segundo informação disponibilizada pelo posto de comando, sedeado nos Bombeiros Municipais, 87 bombeiros e cerca de 40 veículos das corporações de Tomar, Entroncamento, Vila Nova da Barquinha, Caxarias, Ourém, Torres Novas, Constância e Abrantes foram mobilizados.
A Força Especial de Bombeiros, sedeada no Sardoal, e os Sapadores Florestais de Tomar, também intervieram para apoiar as pessoas afectadas pelo mau tempo, assim como 18 elementos com oito viaturas do INEM, a quem coube também, além do socorro, prestar o apoio psicológico.
Igualmente técnicas da Segurança Social estão em Tomar para dar apoio psicológico, assim como para fazer o levantamento de eventuais necessidades de alojamento.
«Neste momento, há a indicação de que pelo menos um senhor, que vivia sozinho na freguesia de São João Batista, na cidade, necessita de alojamento para esta noite, estando a ser providenciada a sua estada numa pensão», referiu uma das técnicas.
Duas pensões da cidade de Tomar estão de prevenção para acolher mais desalojados, assim como o Regimento de Infantaria n. 15.
O presidente da Câmara Municipal de Tomar, Corvelo de Sousa, adiantou que dezenas de funcionários da autarquia estão mobilizados para apoiar as pessoas, assim como para proceder à limpeza das vias que ficaram obstruídas pelos destroços e aferir as condições de segurança das habitações.
Corvelo de Sousa explicou que os efeitos do tornado, segundo o Instituto de Meteorologia, não se sentiram apenas na cidade, mas também nos arredores. «A gravidade da situação foi diferente consoante os lugares», adiantou, explicando que «há um número ainda não determinado, mas elevado, de casas destruídas total ou parcialmente quer na cidade quer na zona rural», cujo levantamento «está em curso».
Por outro lado, o autarca, que activou o plano de emergência municipal, referiu que há desalojados, embora não saiba quantificar quantos, tanto mais porque quase a totalidade das pessoas vai ficar em casa de familiares. O Governo Civil de Santarém estima mais de 200 casas danificadas.
Segundo Carlos Catalão, chefe de gabinete da governadora civil de Santarém, Sónia Safona, a região tem sido afectada por fenómenos meteorológicos semelhantes ao que atingiu Tomar e Ferreira do Zêzere. No entanto, a ocorrência hoje registada foi «a mais violenta» desde pelo menos 2006.
«Isto tem a ver com as alterações climáticas e, ano após ano, tem vindo a atingir cada vez mais violência», acrescentou. Desde 2006, «houve todos os anos pelo menos uma ocorrência deste género», segundo Carlos Catalão.
O chefe de gabinete recordou que no ano passado uma central fotovoltaica, na freguesia de Areias, concelho de Ferreira do Zêzere, foi destruída por um temporal.
Em 2008, um fenómeno com características semelhantes atingiu a povoação de Amiais (Santarém), Alcanena e Torres Novas, adiantou Carlos Catalão.
Fonte: Diario IOL
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