Os Bombeiros Voluntários de Vouzela acusam o INEM de estar a deitar dinheiro fora, ao manter estacionada no centro de saúde uma ambulância que concorre directamente com a que há 20 anos está sediada no seu quartel.
A denúncia pública da situação, feita pelo comando do corpo de bombeiros, decorre da alegada falta de resposta da instituição de emergência médica aos sucessivos alertas que lhe têm sido dirigidos.
"O que está a acontecer neste concelho, basicamente, é que o INEM está a concorrer consigo próprio, ao manter duas ambulâncias que duplicam despesas e recursos sem justificação plausível", acusa o comandante Joaquim Tavares.
Na origem do impasse, que está a gerar mal estar na colectividade, está a instalação, há cerca de dois anos, de uma segunda ambulância do INEM no centro de saúde local. Uma decisão que teve por objectivo colmatar o encerramento do Serviço Atendimento Permanente (SAP) no concelho em Dezembro de 2008.
"Foi uma decisão meramente política", afirma o comandante, para quem o número de saídas média mensal do INEM (15 por mês) não justifica o funcionamento simultâneo de duas ambulâncias.
"Se estivéssemos a falar de um veículo medicalizado, ainda se aceitava. Mas trata-se de dois caros com as mesmas funcionalidades", acrescenta o mesmo responsável.
"Se estivéssemos a falar de um veículo medicalizado, ainda se aceitava. Mas trata-se de dois caros com as mesmas funcionalidades", acrescenta o mesmo responsável.
As críticas dos bombeiros tornam-se mais contundentes, face à alegada falta de diálogo da direcção nacional do INEM.
"Mandámos vários ofícios à anterior direcção do INEM, a alertar para os problemas, e continuamos à espera de resposta", acusa o 2º comandante Paulo Teixeira.
A corporação fala em "enxovalho e humilhação" aos bombeiros que operam a ambulância do INEM existente no quartel.
"Nós temos de manter as equipas afectas ao serviço com todos os custos que tal comporta. Mas há mais. Recentemente, a ambulância que assegura no centro e saúde o serviço nocturno, passou a trabalhar de dia em Viseu. São duas viagens, mais de 70 quilómetros, que alguém tem de pagar. Isto é má gestão", critica o comando em uníssono.
"Burocracia em excesso" na determinação do socorro (bombeiros ou INEM), está ainda a provocar, segundo a corporação, custos para a colectividade calculados em mais de 10 mil euros apenas este ano.
Nem sequer a existência de um disfibrilhador na ambulância estacionada no centro de saúde é considerada válida. "Nós temos dois. Um está ao serviço do INEM".
Contactada pelo JN, a direcção nacional do INEM, através do responsável pelo gabinete de informação, recusou qualquer tipo de polémica com os bombeiros de Vouzela.
"Em emergência não há concorrência desleal com nenhum dos nossos parceiros. Trabalhamos todos para salvar vidas", afirma Pedro Santos. O responsável lembra que a localização de uma ambulância do serviço no centro de saúde, "foi uma exigência local" aquando do encerramento do SAP. Garante, ainda, "total disponibilidade" da instituição para dialogar com a corporação.
Fonte:JN
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