foto Carlos Jorge Monteiro/Global Imagens |
Uma bombeira dos Bombeiros Voluntários de Coja, Arganil,
morreu, este sábado à tarde, ao tentar fugir das chamas que devastaram por
completo a floresta de Casal Cimeiro, freguesia de Barril de Alva
Para além da vítima mortal, do acidente resultaram ainda quatro feridos, um
deles em estado grave, e a destruição total do carro de combate a incêndios em
que seguiam os cinco elementos dos Bombeiros.
"Foi uma tragédia como nunca antes havia acontecido nesta corporação, que vai
festejar meio século de vida em janeiro próximo", afirmou, ontem, o presidente
da Câmara de Arganil, lançando suspeitas sobre "mão criminosa"- "em poucos dias,
três incêndios devoraram 1500 hectares de floresta", disse.
Ricardo Alves explicou que a viatura em que seguiam Patrícia Abreu, de 25
anos, e os outros quatro jovens colegas ter-se-á despistado e ficou presa numa
árvore. "Ao tentarem fugir, algo aconteceu para a bombeira ter ficado para trás.
Ficou completamente carbonizada", disse, emocionado, o autarca.
Um ex-colega da falecida, que era filha de um antigo bombeiro, irmã de um no
ativo e mulher do bombeiro Ricardo Santos, de 25 anos, disse ao JN, precisamente
no local onde foi encontrado o cadáver da vítima - a cerca de 50 metros do carro
ardido -, que "a Patrícia era boa companheira, muito educada, mas tinha um
problema de mobilidade, por ser muito forte - teria mais de 90 quilos". Por
isso, o ex-colega, que conhece bem a zona do sinistro e tem experiência de
combate a incêndios, diz que "o que pode ter acontecido é ela ter caído ou
desmaiado ao tentar fugir e as chamas terem-na apanhado".
"Foi uma desgraça na família da Patrícia. Ela tinha comprado casa há cerca de
um ano. Vivia com o Ricardo. Estava a formar vida e foi tudo ceifado por causa
de uns bandidos que andam aí a atear incêndios para ganhar dinheiro à custa de
tragédias", desabafou, ao JN, uma idosa que, ontem à noite, no quartel dos BVC,
aguardava notícias dos três feridos que entretanto tiveram alta hospitalar e do
ferido grave, residente em Bogalhos, que se encontrava ventilado e sedado.
Fonte: JN
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