O Bloco de Esquerda criticou hoje, junto ao Hospital de S. Sebastião, na Feira, a insensibilidade do governo quanto à saúde dos portugueses, considerando que, além de impor taxas moderadoras "exorbitantes", eliminou a isenção para bombeiros e dadores de sangue.
O deputado do Bloco pelo distrito de Aveiro, Pedro Filipe Soares, afirmou: "As taxas moderadoras duplicaram e um doente que queira ter acesso a uma consulta de urgência poderá ter que pagar 20 euros, o que é uma enormidade, atendendo às condições económicas em que se vive atualmente".
"Isto já demonstra a insensibilidade do governo", continua o parlamentar, "mas essa é agravada pelo facto de agora deixar de haver isenção para quem dá aos outros algo que faz falta à sua própria vida, como acontece com os dadores de sangue, e para quem dedica o seu tempo a auxiliar quem mais precisa, como é o caso dos bombeiros".
Pedro Filipes Soares defende que o novo modelo do Serviço Nacional de Saúde obriga os portugueses a pagarem duas vezes pelo mesmo atendimento - "porque, como contribuinte, o utente já pagou para ter acesso à Saúde e agora, de cada vez que precisa do serviço, volta a pagar taxas moderadoras de contornos absolutamente exorbitantes", explica - e lamenta que "os doentes crónicos, que são quem mais precisa de ajuda, sejam precisamente quem fica mais prejudicado com esta história toda".
O deputado considera, por isso, que "o governo é insensível não apenas no que toca às taxas moderadoras, mas também no que se refere à universalidade do serviço de saúde que, como vem definido na Constituição, deveria ser para todos, protegendo os bons exemplos e aqueles que, por força das circunstâncias da vida, têm uma doença crónica e precisam de acompanhamento regular".
As preocupações de Pedro Filipe Soares estendem-se também ao transporte de doentes não urgentes, situação que "chegou a implicar um acordo entre o governo anterior e a Liga Nacional de Bombeiros, mas, na prática, está num impasse total".
O parlamentar do Bloco considera que, ao serem "empurrados para as ambulâncias dos bombeiros", muitos doentes estão a deixar de comparecer aos seus tratamentos regulares, sujeitando-se assim a que a falha a uma sessão possa colocar em risco a eficácia de todo o processo de cura.
"O que o governo está a conseguir com isto é piorar a Saúde dos portugueses e provocar a degradação geral da sua qualidade de vida", conclui o deputado.
Fonte: Lusa
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